
Sabemos que ao longo dos 9 meses de gestação o corpo da mulher passa por uma incrível transformação, tanto em sua estrutura corporal, quanto hormonal. Mas, o que muitas mulheres ainda desconhecem são os benefícios incríveis proporcionados pela fisioterapia pélvica, conhecida também como fisioterapia obstétrica.
Não se trata de atividade física, mas um tratamento que não apenas ameniza e alivia desconfortos da gestação, mas também é um grande aliado no preparo das mulheres para o trabalho de parto e um pós-parto saudável. Além disso, a prática pode ajudar a diminuir o tempo do trabalho de parto em até 4 horas. E não se engane ao pensar que a fisioterapia pélvica está voltada apenas para quem pretende realizar um parto normal, ela também vai permitir que a mulher tenha uma experiência de parto melhor na cesárea.
Para esclarecer as principais dúvidas sobre essa técnica, convidei a queridíssima Susana Santa Cruz, fundadora da Viver é Genial, que realiza o programa Nascer, um acompanhamento personalizado desde o início da gravidez até o pós-parto.
1.Quem pode fazer a fisioterapia pélvica?
O assoalho pélvico é formado por um conjunto de músculos que tem como função dar sustentação aos órgãos pélvicos. A perda desta função (disfunção) pode acarretar alterações miccionais, fecais e sexuais. A Fisioterapia pélvica pode ser indicada para homens e para mulheres em qualquer faixa etária que apresentem disfunções pélvicas, como também é indicado para mulheres que estão gestantes e desejam um parto saudável, seja cesárea ou normal.
2. Existe contraindicação?
A princípio, não existem contraindicações. Diversos estudos clínicos têm demonstrado que as técnicas para o assoalho pélvico podem tratar e/ou minimizar os problemas recorrentes à incapacidade funcional destes músculos, como também poder ser preparatório para o trabalho de parto normal. Mas, sempre consulte o médico que acompanha a sua gravidez antes de iniciar o tratamento.
3. Quais os principais benefícios da fisioterapia no período da gestação?
São muitos! Auxilia nas queixas comuns de câimbras, falta de ar e inchaço, fazendo com que a gestante viva essa fase com melhor qualidade de vida, além de se preparar para o parto.
Dentro da obstetrícia, ajuda a tratar dores, tanto que entra como um recurso de analgesia. Uma musculatura funcional consegue estabilizar a região, protegendo-a da dor lombar ou pélvica, por exemplo. De modo geral, ajuda as mulheres a terem uma gestação mais confortável. Outro benefício, segundo estudos, é diminuir o tempo do trabalho de parto em até 4 horas.
Além do preparo global, o ideal é que toda gestante faça um treinamento específico com o assoalho pélvico, que é uma rede de músculos que fecha a cavidade de inferior da pelve e que sustenta a bexiga, o útero, o intestino e ainda controla urina, fezes e funções sexuais.
5. Como a fisioterapia pode ajudar na hora do parto?
A fisioterapia consegue moldar a pelve por meio de técnicas de biomecânica dessa mãe e de acordo com a cabeça do bebê, assim ele encaixa e desce com mais facilidade. Com isso, também diminui o risco de lesão perineal e impede que o músculo não sofra uma lesão, como a episiotomia que é o corte no períneo no período expulsivo do parto, lacerações ou escoriações. Além de melhorar a postura, a percepção corporal, traz relaxamento, ajuda na circulação e reduz o inchaço.
6. Quais são os benefícios no pós-parto?
Estabilizar e tratar o assoalho pélvico pós-parto. Estudos mais recentes mostram também que a incontinência urinária está relacionada à gestação, então conseguimos tratar essa disfunção. O assoalho pélvico tende a enfraquecer durante a gravidez por causa do efeito de hormônios, além da sobrecarga gerada pelo aumento de pressão abdominal. Esse enfraquecimento pode trazer disfunções como a perda involuntária de urina, que atinge 60% das gestantes, podendo persistir após o parto. O objetivo é deixar o corpo da mulher adequado para que ela possa continuar realizando suas atividades, além de promover uma recuperação mais rápida no pós-parto.